Dicas de segurança pessoal com Internet e aplicativos

Eu estava escrevendo um artigo para publicara na seção de finanças, mas resolvi continuá-lo posteriormente, pois passar ao leitores dicas de segurança pessoal com Internet e aplicativos é de suma importância. Por incrível que pareça, essas dicas de segurança pessoal com Internet e aplicativos serão muito úteis quando tratamos de finanças, investimentos, etc. Contudo, o foco deste artigo será a segurança dos nossos dados de forma geral – não somente no que tange a finanças.

Escrevo este artigo com autoridade e propriedade, pois eu mesmo faço o que estou escrevendo aqui.

Utilização de smartphones, Internet, aplicativos, redes sociais, notebooks, etc… Tudo isso ou no mínimo algum deles faz parte do nosso dia a dia. Porém muitas vezes negligenciamos a segurança ao os utilizarmos. Inclusive eu mesmo negligenciei essa segurança por muito tempo e só comecei a ficar mais atento recentemente quando comecei a investir em criptomoedas (que irei comentar na seção de Investimentos futuramente). Ultimamente estou estudando muito sobre criptomoedas e nesse “Universo” conheci uma forma inovadora e libertária de investir – chamada de Finanças Descentralizadas (ou DeFi). Descobrindo a diferença entre Centralização e Descentralização, Código Aberto (Open Source) e Código Fechado (ou Proprietário) foi quando realmente compreendi o quanto é importante priorizarmos a segurança dos nossos dados e informações pessoais. Primeiramente vou explicar de forma sucinta o significado de Centralização e em seguida o significado de Descentralização.

Centralização

Refere-se a um sistema no qual a tomada de decisões e o controle são concentrados em uma única autoridade ou em um grupo pequeno de líderes dentro de uma organização ou governo. Neste sistema, as ordens e orientações fluem de um centro específico para todas as outras partes da organização.

Exemplos de sistemas centralizados:
  • Um exemplo real pode ser uma rede de fast-food que mantém seu cardápio e preços uniformes em todas as unidades, seguindo as diretrizes da matriz.
  • No Brasil, o Banco Central é um exemplo de centralização no controle da política monetária e financeira. O Banco Central do Brasil regula e supervisiona o sistema financeiro do país, define a taxa básica de juros (Selic), “controla” a inflação, “zela” pela estabilidade da moeda (o Real), etc.
  • O Google é uma empresa centralizadora na Internet e nas redes sociais, pois controla uma vasta gama de produtos e serviços que influenciam o acesso à informação e a forma como as pessoas interagem online. O Google centraliza muitas atividades digitais, gerencia e controla plataformas como o mecanismo de busca, o YouTube, o sistema operacional Android, e o navegador Chrome.

Descentralização

A descentralização é a reorganização da autoridade, promovendo a co-responsabilidade entre níveis central, regional e local. Assim, melhorando a governança e aumentando a participação, a capacidade e a transparência. Fonte: (UNDP, Decentralized Governance Programme: Strengthening Capacity for People -Centered Development, Management Development and Governance Division, Bureau for Development Policy, September 1997, p. 4)

Portanto, esse sistema promove flexibilidade, adaptação local e rapidez na resposta às necessidades específicas de cada unidade.

Exemplos de sistemas descentralizados:
  • Uma rede de varejo internacional que permite que as lojas em diferentes regiões ajustem a seleção de produtos de acordo com as preferências culturais e climáticas locais.
  • A Internet é um exemplo de uma rede extremamente descentralizada, sem nenhum dono.
  • Segundo o economista da Escola Austríaca Friedrich von Hayek, os mercados livres são sistemas descentralizados onde os resultados são produzidos sem acordo explícito ou coordenação por indivíduos que usam os preços como guia.

Agora vou explicar a diferença entre Código Aberto (Open Source) e Código Fechado (ou Proprietário) e em seguida comentarei sobre as dicas de segurança pessoal com Internet e aplicativos:

Código aberto (Open Source)

É um modelo de desenvolvimento de software no qual o código-fonte é disponibilizado ao público, permitindo que qualquer pessoa estude, modifique e redistribua o programa.

O código aberto é característico da filosofia colaborativa e descentralizada, na qual o desenvolvimento é feito por uma comunidade que contribui e compartilha melhorias com os demais.

Exemplos de softwares com código aberto (Open Source):
  • Sistema operacional Linux.
  • LibreOffice, Firefox (navegador), Brave (navegador), etc.
  • Sistema operacional Android – Android Open Source Project (AOSP).
  • Além desses existem diversos outros Apps que irei abordar posteriormente.

Código fechado (ou Proprietário)

É o modelo em que o código-fonte do software não se disponibiliza ao público, ficando restrito ao acesso exclusivo da empresa ou dos desenvolvedores responsáveis pelo projeto. Isto é, o usuário final não tem permissão para modificar, redistribuir ou investigar o código. O código fechado é comum em software comercial. Em geral está associado a um modelo mais centralizado de desenvolvimento e controle.

Exemplos de softwares com código fechado (ou proprietário):
  • Sistemas operacionais Microsoft Windows e macOS.
  • Microsoft Office, Adobe Photoshop e Google Chrome, etc.
  • Sistema operacional iOS, desenvolvido pela Apple.

A partir de agora posso iniciar as dicas de segurança pessoal com Internet e aplicativos, pois já expliquei os conceitos de sistemas centralizados e descentralizados, bem como de código aberto e código fechado.

Dicas de segurança pessoal com Internet e aplicativos

Lembrando que essas dicas baseiam-se no que já faço e algumas no que aprendi e fazer em breve!!

  1. Evitar o máximo possível a sua exposição a aplicativos centralizados que coletam seus dados e informações pessoais. Os aplicativos da empresa Meta (WhatsApp, Instagram e Facebook) fazem isso. Para confirmar basta ler as políticas de privacidade deles. Não deixar esses apps instalados no smartphone é o mais recomendável, pois se você perder o aparelho ou for assaltado poderá se dar muito mal – uma pessoa mal intencionada publicará coisas absurdas nessas redes sociais, dará golpes nos seus amigos, seguidores, etc. Em razão disso recomendo que utilize esses aplicativos somente pelo notebook ou por um microcomputador. Eu, particularmente, excluí a minha conta do WhatsApp para usar um app que faz a mesma função, mas que é descentralizado e Open Source. O nome deste app é Session – focado em privacidade e segurança. Também excluí as minhas contas do Linkedin e do Facebook.
  2. Utilizar uma senha diferente para cada rede social, aplicativo, e-mail, apps de bancos e lojas, etc. Não apenas senhas diferentes, mas é recomendável que sejam fortes, ou seja, pelo menos 12 caracteres incluindo letras maiúsculas, minúsculas e caracteres especiais. Uma ótima dica é utilizar um app chamado Keepass2Android Offline para gerar as senhas. Não deixar as senhas salvas para um acesso mais rápido é fundamental para a nossa segurança.
  3. Evitar o máximo possível e-mails que exijam os seus dados pessoais ou que lhe obriguem a fornecer um e-mail já existente ou seu número de telefone! O Proton é uma excelente opção! Também é Open Source e além disso prioriza privacidade e liberdade.
  4. Utilizar sempre que possível A2F (Autenticação de 2 Fatores) – um método de segurança que exige duas formas de verificação para conceder acesso a uma conta ou sistema.
  5. Dar preferência a utilização de frases de recuperação ao invés de e-mails ou telefones para recuperação de acesso à conta ou ao sistema!
  6. Anotar senhas, frases de recuperação, chaves de autenticação em papeis ou salvar em dispositivos offline é sempre mais seguro do que deixar registrado em dispositivos online.

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